Uma das grandes funções do professorado é proliferar o conhecimento e a boa arte. Nós criticamos essa geração pelas músicas que ouvem, pelos livros que leem (ou nem leem), pelos “artistas” que admiram, mas eles apenas aderem esse tipo de arte pois não possuem referencial. Nunca ninguém apresentou-lhes Camões, Shakespeare, Schomberg, Handel, Machado de Assis, Cartola, Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Caetano Veloso, dentre outros, de maneira efetiva e diferenciada, e, desta forma, sem perceber, eles vão caindo em um abismo de insensibilidade e ignorância. Sim! Pois uma das grandes funções da boa arte é sensibilizar, é ajudar a definir a nossa própria identidade, é nos libertar das amarras da caverna (citando Platão).
Há um texto genial do escritor Érico Veríssimo em que ele narra uma situação que viveu em sua infância. Ele conta que, certa vez, precisou segurar uma lâmpada para ajudar seu pai, que era farmacêutico, a costurar uma ferida de um homem que havia sido “carneado” por soldados tiranos. Ele diz que sentiu extrema náusea, mas que não desertou de seu posto. Após a narração, o autor faz uma analogia incrível, que deve nos inspirar cotidianamente, ele diz: “Desde que comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a ideia de que o menos que um artista pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, trazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto.”
O Jovens em Atuação vem desde 2019, como uma proposta de ação da Secretaria da Educação em parceria com a Fundação Educacional e Cultural Deodato Santana em que nossos alunos, dos anos iniciais e finais do ensino fundamental, têm a possibilidade de desenvolver suas habilidades artísticas em reuniões semanais por meio de orientação dos professores tutores e da participação de oficinas temáticas como, técnicas de palco, jogos teatrais e apreciação estética, além de pesquisar, discutir e entrar em contato com grandes nomes da dramaturgia mundial com a finalidade de participar do Festival de Teatro Estudantil.